Duas pessoas foram presas preventivamente nesta quarta-feira (26) por suspeita de aplicar o golpe dos nudes em Nova Hartz, a 77km de Porto Alegre. Um deles, que seria o mandante do crime, já cumpre pena em regime semiaberto no Presídio Estadual de São Leopoldo. Foram cumpridos, ainda, oito mandados de busca e apreensão em Nova Hartz, Parobé e Sapiranga.
De acordo com a delegada Ariadne Moraes Langanke, a investigação começou há cerca de seis meses, após denúncia de um idoso que afirma ter sido vítima do golpe. Segundo a investigação, o homem, que não teve sua identidade revelada, teve um prejuízo de mais de R$ 100 mil e chegou a realizar empréstimos para pagar os suspeitos. Ele também transferiu um veículo para um dos integrantes do grupo criminoso.
"Eles se passavam por autoridades policiais e usavam perfis fakes, alegando ser uma menina menor de idade. Diziam que a vítima estava sendo acusada de pedofilia e passavam a extorquir", diz a delegada.
A operação apreendeu ainda celulares e um veículo do líder do grupo criminoso adquirido através dos golpes. São investigadas ainda pessoas que seriam usadas como "laranjas", emprestando contas bancárias para o depósito dos valores extorquidos.
Segundo a delegada, grande parte das vítimas sofre as pressões exercidas pelos criminosos calada, por causa do constrangimento: “é importante que as vítimas relatem imediatamente esta situação à Polícia Civil, para que se possa iniciar as investigações".
"É fundamental também que as vítimas efetuem o bloqueio dos contatos criminosos e não cedam às chantagens, haja vista que, uma vez feito qualquer tipo de repasse de valores aos criminosos, como suposta indenização, as extorsões jamais param, sempre havendo um subterfúgio para mais cobranças”, diz.
Como funciona o golpe
Essa foi a primeira fase da operação contra golpe dos nudes realizada em Nova Hartz. No RS, pelo menos outras duas operações prenderam pessoas envolvidas neste golpe em outras cidades do estado.
O crime consiste na extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, na maioria das vezes por jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato dizendo que a jovem era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.
Em alguns casos, criminosos chegavam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. Delegacias falsas da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Fonte: G1 RS
Foto: Polícia Civil | Divulgação
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